Você já reparou que, no final do ano, a maioria das pessoas faz listas de metas, planos e promessas, acreditando que o próximo ciclo será finalmente “o ano da virada”? Porém, a história costuma se repetir: janeiro começa com entusiasmo, mas dezembro termina com a mesma mistura de frustração, angústia e esperança.
Se você reconhece esse padrão, talvez este texto te ajude a entender o motivo desse ciclo de repetição e, quem sabe, até a sair dele.

Por que será que isso acontece?
Porque, no final do ano, entramos em um estado emocional de alta expectativa. Existe um desejo coletivo de renovação que mobiliza energia e imaginação, mas iniciamos janeiro dentro da mesma estrutura psíquica e comportamental do ano anterior. Ou seja, continuamos os mesmos, apenas com novos planos promissores.

Durante esse período de angústia e reflexão, escrever metas traz ao cérebro um sinal de organização, que reduz a ansiedade e traz à mente a sensação de clareza. Essa sensação causa bem-estar, pois transmite a impressão de avanço, mas é apenas uma sensação de controle, não de conclusão.

Durante o planejamento, pode ser liberada uma pequena quantidade de dopamina, que cria a ilusão de movimento e, logo em seguida, a pessoa nem dá continuidade às metas.

Abaixo seguem algumas dicas de como podemos conseguir atingir nossas metas no próximo ano.

  1. Trocar metas abstratas por identidades funcionais.
    Antes de perguntar “o que devo fazer para atingir?”, pergunte:
    Quem eu preciso me tornar para sustentar esta jornada?
    O comportamento muda quando a identidade muda.

  2. Criar rituais mínimos diários.
    O cérebro aprende por repetição e previsibilidade.

  3. Reduzir o atrito ambiental.
    O ambiente tem mais força que a motivação, então tente deixar tudo esquematizado para diminuir a resistência.

  4. Estabeleça metas com contorno emocional.
    Pergunte-se:
    – Qual frustração essa meta exige que eu tolere?
    – Onde eu costumo desistir?
    – Quais mecanismos de defesa podem surgir durante o processo?
    Antecipar o desconforto reduz o impacto dele.

  5. Planejar para o pior cenário, não para o cenário perfeito.
    Dessa forma, você se sente preparado para situações difíceis que possam surgir.

  6. Monitorar progresso, não perfeição.
    A mente desiste quando percebe a distância entre o ideal e a realidade.
    Acompanhe as pequenas vitórias. Progresso, mesmo que pequeno, gera dopamina, serotonina, endorfina e oxitocina. Já o perfeccionismo ativa o modo ameaça do cérebro, gerando cortisol e podendo paralisar a ação.

  7. Revisar crenças que sustentam o sabotamento.
    Toda meta colide com alguma crença antiga. Então pergunte:
    – O que em mim ganha quando eu não mudo?
    – Do que estou me protegendo ao me sabotar?
    Ter essa consciência resignifica o ciclo.

  8. Criar contratos consigo mesmo.
    Se possível, até por escrito, com cláusulas e data para o término.
    Revisite esse contrato de tempos em tempos e veja se precisa incluir ou retirar algo.

  9. Trabalhe com ciclos curtos.
    Tente começar com metas de até um mês e depois aumente para três meses e assim por diante.

  10. Registre seu progresso.
    Registrar seus avanços reforça, no cérebro, a certeza de que você é capaz.

Criar uma vida alinhada às suas metas é um processo, não um evento. E, muitas vezes, fazer isso sozinho/a é pesado demais. Se você percebe que precisa de apoio para sustentar esse novo ciclo, estou aqui para caminhar com você.

Agende sua sessão. Vamos construir, juntos, um próximo ano possível  e verdadeiro.