A Semente que Achava que Era Pedra!
Quantas vezes achamos que somos pedras e esquecemos que somos sementes?
Sementes prontas para florir, mas que, por medo ou influência, esquecem da própria natureza.
Existe uma metáfora que ilustra bem isso:
A Metáfora da Semente que Achava que Era Pedra
Era uma vez uma semente que, por muito tempo, acreditou ser uma pedra.
“Pedras não crescem, não florescem, não mudam”, pensava ela.
E assim, ficava imóvel, enterrada no solo, convencida de sua própria imutabilidade.
Por acreditar que era pedra, a semente não buscava água, não se estendia em direção ao sol, não tentava romper a superfície.
Até que um dia, após uma chuva generosa, algo inesperado aconteceu: um pequeno broto começou a se formar.
A “pedra” percebeu, então, que sempre havia sido uma semente com todo o potencial para crescer, florescer e dar frutos.
As nossas crenças limitantes são como essa confusão de identidade: fazem-nos esquecer nossa verdadeira natureza e o potencial que sempre existiu em nós.
Quando acreditamos que somos pedras
Durante a vida, quantas pessoas nos fazem acreditar que somos pedras?
São aquelas que minimizam nossas dores, desvalorizam nossas conquistas ou dizem que “somos assim porque está no sangue”, “é de família”, “não tem o que ser feito”.
“Ah, ela é burra porque foi mal em matemática.”
“Poxa, ela não consegue aprender nada, puxou a mãe.”
“Ah, ela chora muito, é fraca.”
Essas frases, quando repetidas, moldam identidades e confinam potenciais.
Começam a nos colocar dentro de caixas pequenas e escuras, e passamos a acreditar que aquele é o nosso lugar.
E assim, vamos vivendo:
com vergonha de falar em público,
achando que não somos capazes,
engolindo o choro,
mantendo posturas agressivas para parecer fortes,
tentando nos encaixar em padrões, mesmo que isso doa.
Aceitamos relacionamentos difíceis, porque aprendemos que devemos ser escolhidos e suportar.
O nome disso é crença limitante
Essas crenças são impostas pelos outros e nós acreditamos.
Mas esquecemos que cada pessoa tem a própria história, suas dores e limitações.
Quando alguém tenta nos moldar, na verdade, fala mais sobre si mesmo do que sobre nós.
O despertar da semente
Quando começamos a entender isso e decidimos mudar, ressignificar esses padrões, buscamos compreender em qual parte da vida essa crença foi estabelecida.
E então, o mundo começa a ter mais cor.
Vamos ficando mais empoderados, mais livres.
Descobrimos que somos mais e que podemos ser mais ainda.
Que o céu é o limite para tudo o que podemos ser.
Nossos relacionamentos se tornam mais saudáveis, porque passamos a nos tratar melhor.
Damos uma chance para quem realmente somos.
Deixamos de sentir culpa por quem fomos e aprendemos a nos orgulhar de quem estamos nos tornando.
O caminho em espiral
Claro, esse caminho não é linear.
Ele é um caminho em espiral.
Voltamos a alguns lugares de dor, mas com outra consciência.
Não é retrocesso é amadurecimento.
Passamos novamente por esses lugares, só que mais fortes, mais inteiros, com outro olhar.
Tudo começa com uma escolha
Tudo começa com a escolha de querer ser melhor.
E também com coragem a coragem de abrir mão de pessoas, lugares e padrões que já não cabem mais.
De revisitar dores antigas, de admitir as vezes em que fomos coniventes por medo ou comodidade.
De reconhecer que não somos apenas vítimas e que deixar de ser vítima é assumir a responsabilidade de nos dar uma vida melhor.
Que essa metáfora lembre você do que realmente é:
não pedra, mas semente, viva, pulsante, capaz de romper a terra e florescer de novo.
Por Juliana Oliveira — neuropsicanalista que acredita que mudar o olhar é o primeiro passo para mudar o mundo.
Insta: @juh.oliveirapsi
Linkedin: Juliana Oliveira
Face: Entre a Psicanálise e a Neurociências.